publicado em 04 de abril de 2024
por Renato Spomberg

Recente revisão na Classificação Internacional de Doenças (CID 11) já classifica o vício em tecnologia como doença mental.

Pesquisas realizadas nos EUA indicam que 70% dos adultos passam de 3 a 5 horas por dia nos smartphones e que 80% dos adultos passam 7 horas na internet.

Reflexo desse comportamento é que pais mais novos (30 a 45 anos), acabam trocando a atenção e cuidado dos filhos pelo uso do smartphone. Os diálogos estão diminuindo entre pais e filhos. Em restaurantes, não são só as crianças que ficam no celular. Os pais também.

Em aulas de natação, de judô, de jiu-jitsu, de balé e em casa, nos estudos, ao sentar-se para almoçar ou jantar e em diversas atividades, os pais em vez de interagirem com os filhos, interagem com o smartphone.

Quais as consequências? Filhos se sentem tristes, sozinhos, pouco motivados e abandonados. E, desta forma, desenvolvem ansiedade, depressão e síndrome do pânico. As crianças têm necessidades físicas: de comer, dormir, se vestir, brincar, estudar. Mas o que vai desenvolver a saúde mental são as necessidades emocionais: receber afeto, bem como limite e motivação dos pais, para se tornarem adultos com saúde mental e produtivas.

Um fenômeno registrado nos EUA e que acontece na Europa e no Brasil se chama “Screened Out”, que é o “abandono dos filhos em troca da internet”. Os filhos não recebem o afeto esperado do seu núcleo familiar, o que gera uma enorme disfuncionalidade, já que a falta de atenção, afeto e limite, pode levar as crianças a terem pensamentos suicidas, dependendo do grau da depressão instalada.

O que gera a saúde mental são os vínculos afetivos, as conexões emocionais e não as “distrações disfuncionais”. A felicidade e alegria estão diretamente ligadas à capacidade de criar vínculos afetivos consigo e com os outros, começando pela família que é a base para toda a vida.

O maior medo das pessoas, independentemente de serem crianças, adolescentes ou adultos, é o do abandono, de ficar sozinho, isolado, sem fazer parte de algum grupo. Por isto, os presidiários de maior periculosidade ficam em solitária, pois se torna um verdadeiro sofrimento não ter com quem se relacionar.

Além disso, as crianças acabam seguindo o exemplo dos pais e vão usando cada vez mais os smartphones, como uma forma de compensar este abandono e para se sentir parte de algum grupo. Este processo, é destrutivo para a saúde mental.

Então, se torna urgente e fundamental que os pais se conscientizem da importância de dar atenção a si e aos seus filhos. É necessário limitar o uso dos celulares e estimular cada vez mais a interação com seus filhos. Vínculos afetivos serão criados e fortalecidos, estimulando os filhos a se tornarem pessoas produtivas, através do aprendizado sobre a importância de se relacionarem com amigos, professores e dando limite ao uso desnecessário dos smartphones.

Quando precisamos de ajuda, quem irá nos ajudar são as pessoas da família ou amigos reais. O mundo virtual não é real. Ele é descartável e desperta uma enorme falta de foco no que a pessoa está fazendo. Está se tornando um grande vício, uma grande dependência que vai causar diversos transtornos mentais, segundo estudos da Psiquiatria.

Para concluir, nas empresas, tudo se repete. Uma parte dos relacionamentos ruidosos e baixa produtividade está relacionado com o uso excessivo dos smartphones. Por isto, líderes e gestores devem dar o exemplo e prestarem atenção como anda a saúde mental de seus colaboradores. Alguns sintomas que podem ser observados são: falta de foco, irritação, cansaço, absenteísmo, muitos conflitos e atrasos recorrentes. Estes sintomas remetem a uma atenção e dar “feedbacks” mais profundos, assertivos e produtivos.

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